Com a principal finalidade de combater a mortalidade infantil, o aleitamento materno protege de disfunções como diarreia e desidratação, reduz a morbidade por infecções respiratórias e ainda fortalece o vínculo afetivo entre mãe e bebê. E se atualmente existem muitas campanhas e incentivo, há algum tempo atrás a prática não era tão disseminada entre as mulheres. O uso indiscriminado de leite em pó, leite de vaca e mamadeiras desencorajou muitas mães a amamentar seus filhos. Além disso, o mito de que o leite materno não era suficiente para o bebê sendo necessário oferecer outros alimentos como água, chás, sucos e papinhas também influenciavam na decisão de amamentar.
Somente no final da década de 80, pesquisas começaram a apontar o leite materno como o alimento mais adequado para o bebê. Porém, mesmo com o incentivo, a amamentação ainda é uma prática que gera muitas dúvidas. Seja por medo ou falta de informação, muitas mães não se sentem preparadas. “A falta de confiança materna na capacidade de amamentar leva muitas mulheres a acreditarem ter pouco leite ou ainda que o seu leite é fraco”, explica Laudiceia Scalabrini, enfermeira do Serviço de Amamentação do Hospital e Maternidade Santa Brígida. A enfermeira destaca ainda que em muitos casos é necessário um aconselhamento visando aumentar a autoestima e confiança da mãe com o intuito de ajudá-la a vivenciar essa experiência de forma positiva e prazerosa.
Vale destacar que as mulheres são biologicamente capazes de amamentar e mesmo sendo um processo fisiológico, a prática é fortemente influenciada pelo ambiente cultural e questões emocionais. E por não ser um ato puramente instintivo deve ser aprendido tanto pela mãe quanto pelo bebê. “O aprendizado deve ser prático e o mais precoce possível após o nascimento”, destaca Marjorie Feliz, pediatra e integrante da Rede Amamenta Brasil, grupo de promoção, proteção e apoio à prática do aleitamento materno.
PARTO SEM MEDO
Para orientar as mães e suas famílias nessa fase de mudanças, no Hospital e Maternidade Santa Brígida é feito um trabalho diferenciado durante todo o período de pré-natal com a oferta de cursos para os casais e a criação de um Plano de Cuidados de Enfermagem Individual, em que o profissional de saúde monta um planejamento específico a partir de dados obtidos por meio do exame físico. “Neste momento o diálogo é importante para que possamos conhecer um pouco de sua cultura, seus medos, suas angústias e experiências. Isso nos permite identificar alguns fatores críticos que podem interferir na prática da amamentação”, explica Laudiceia.
E quando as mães estão com seus bebês na UTI Neonatal é importante oferecer uma sala de esgota e um lactário. O trabalho inclui a coleta do leite materno para a alimentação dos recém-nascidos, bem como orientações sobre a dieta adequada da mãe, para evitar alimentos que tragam desconforto para o bebê. “Cada bebê recebe o leite da própria mãe e elas têm um acompanhamento psicológico especial já que os primeiros momentos de vida são passados separadamente da criança”, conta Rosana de Souza, nutricionista responsável pelo lactário. No momento da alta hospitalar as mães recebem ainda receitas de papinhas e indicações para a alimentação a partir dos seis meses de vida.
PRIMEIRA MAMADA
Preconizada pela Organização Mundial da Saúde, o ideal é que a primeira mamada seja feita ainda na primeira hora de vida. E para colocar o método em prática, há cerca de um ano o Hospital e Maternidade Santa Brígida procurou se adequar. A primeira medida foi o aumento do quadro de colaboradores seguida da capacitação de toda a equipe por meio do Serviço de Educação Continuada. Assim, a partir de um diagnóstico realizado com as mães, as enfermeiras e técnicas de enfermagem levam o bebê para amamentar já munidas das informações de acordo com cada perfil. Além disso, acompanham o processo para identificar as possíveis dificuldades e já fornecer as primeiras orientações. A prática já trouxe os primeiros resultados positivos. “A primeira mamada realizada ainda na primeira hora de vida, além de possibilitar uma aproximação entre a mãe e bebê encoraja a mãe para as próximas mamadas. Com essas medidas reduziu-se substancialmente o número de internações por icterícia no hospital”, destaca Vivian Crudo, gerente de Enfermagem e coordenadora do Projeto de Amamentação.ial da Amamentação reforça a importância do aleitamento materno.
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