Vigário Tenório, um dos líderes da revolução de 1817 teve seu sepultamento "oficial" em 17/05/2005.
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18/05/2005
Sepultado vigário que lutou na revolta de 1817
Publicado no Jornal do Commercio em 18.05.2005
Pedro de Sousa Tenório, ex-vigário de Itamaracá e um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817, foi enforcado, teve a cabeça decepada, as mãos cortadas, o corpo amarrado a um rabo de cavalo e arrastado pelas ruas do Recife. Somente ontem, às vésperas de completar 188 anos da sua morte, os restos mortais do padre revolucionário tiveram um enterro digno.
O crânio do Vigário Tenório (29/06/1779-10/07/1817) foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha, em Itamaracá, paróquia que ele dirigia no século 19. Crianças, adolescentes e adultos que vivem na região acompanharam a cerimônia, organizada pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e Prefeitura da Itamaracá.
De acordo com o pesquisador do instituto Tácito Galvão a cabeça decepada do vigário ficou exposta por dois anos em Itamaracá, em praça pública. Foi recolhida por algum cristão e depois entregue à igreja de Vila Velha, onde permaneceu até 1905. As mãos foram expostas em Goiana.
“O corpo teria sido arrastado do Forte Cinco Pontas até a Igreja Matriz de Santo Antônio, mas não encontrei registro do sepultamento no local”, diz Galvão. O crânio do vigário foi doado ao Instituto Arqueológico dia 17 de maio de 1905, cem anos atrás, pelo ex-bispo de Olinda e Recife Dom Brito.
Numa visita à igreja de Vila Velha, o pároco perguntou ao bispo qual destino daria ao crânio. “Como o bispo era sócio do instituto, trouxe os restos mortais para o museu da entidade.” Ontem, a urna com o crânio foi conduzida até o altar, coberta com a bandeira de Pernambuco. Padre Rômulo, de Itamaracá, celebrou missa solene.
Na cerimônia, o arquiteto e vice-presidente do Instituto Arqueológico, José Luiz Mota Menezes, explicou ao público quem foi o Vigário Tenório, o que motivou a Revolução de 1817 e porquê ele teve a cabeça cortada. “A cabeça é o símbolo do pensamento, o crânio representa a força maior dos intelectuais perseguidos”, destaca José Luiz.
Movimento armado de caráter libertário, a revolução foi deflagrada dia 6 de março e durou dois meses. Congregou religiosos (Padre Roma, Frei Caneca, Padre Ribeiro, Frei Miguelinho) intelectuais, militares e populares. “Os padres queriam antecipar o conceito de liberdade e a proclamação da República. O ato de hoje (ontem) lembra a todos nós que o conceito defendido pelo padre permanece vivo”, diz José Luiz.
Escrito por Grupo Companhia Histórica às 10h29
SAIBA MAIS
A Revolução Pernambucana teve início no Recife em 06.03.1817, quando foi declarada a nossa independência. Durante 75 dias foram implantados uma República, com Presidente, Constituição, liberdade de imprensa, ministérios, exército, marinha, embaixada e o início da abolição da escravatura, além da 1ª universidade, em Olinda, além da construção da 1° Bandeira de Pernambuco.
Na verdade, a Revolução Pernambucana estava prevista para explodir no mês de Abril de 1817 em todo Nordeste, porém foi descoberta. É ai que entra em cena um dos mais valorosos e destemidos homens da nossa história: O padre Pedro de Souza Tenório.
O dinâmico PADRE TENÓRIO, educado na famosa Universidade de Coimbra, em Portugal, havia sido designado para ocupar a paróquia da vila de Nossa Senhora da Conceição (Vila Velha, em Itamaracá). Ali desenvolveu um estupendo trabalho junto aos seus paroquianos, tanto no plano pastoral quanto na agricultura. Como Itamaracá era uma região rica, com dezenas de engenhos em pleno funcionamento, ensinou as mais modernas técnicas agrícolas, implantando novas culturas de cana de açúcar e máquinas revolucionárias para aquela época.
Logo após eclodir a revolta em Recife, o Juiz de Goiana, o português José Alexandre Silveira estava na casa do Padre Tenório, na Vila Velha, quando chegou a notícia da revolução e, ao perceber que o padre estava envolvido, saiu em desabalada carreira e se refugiou no Forte Orange, cuja guarnição se preparou para a guerra. Mas o religioso caridoso, inteligente e destemido Padre Tenório cercou o Forte Orange com os paroquianos e uma pequena tropa vinda em seu auxílio. Porém as muralhas e os imponentes canhões eram amedrontadores e imbatíveis.
Segundo relatado no romance "A Noiva da Revolução", enquanto fazia o cerco, o Padre Tenório mandou perguntar se o Comandante do Forte Orange estava contra ou a favor do novo governo, e a resposta foi: "quem quisesse saber fosse lá indagar, pessoalmente!..." Um dos seus amigos partiu para cima do vigário, pedindo para ele não ir, porque o risco era muito grande. Sozinho e desamparado, lá dentro, poderia ser preso, até mesmo morto, e o povo da ilha ficaria sem comando. Foi então que Padre Tenório com passos firmes rumou sozinho até os grossos e intransponíveis portões da fortaleza, adentrou sozinho no Forte Orange e rendeu toda a guarnição portuguesa e deu voz de prisão ao Juiz de Goiana que ali se refugiara, obrigando-o a dar "VIVA A REVOLUÇÃO, VIVA A PÁTRIA E VIVA A LIBERDADE!".
Este ato de bravura deu grande ânimo aos revoltosos que dominaram todos os demais distritos, sendo o Padre Tenório imediatamente nomeado como secretário-ajudante do novo governo, porém, meses depois, culminou com a sua condenação e enforcamento, quando os bravos e destemidos patriotas foram derrotados.
Padre Pedro de Sousa Tenório, vigário de Itamaracá e um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817, foi enforcado, teve a cabeça decepada, as mãos cortadas, o corpo amarrado a um rabo de cavalo e arrastado pelas ruas do Recife.
A revolução durou apenas 75 dias, pois não houve tempo para preparar as outras províncias do Nordeste. Porém o exemplo de bravura dos patriotas não foi em vão, pois a independência do Brasil foi conseguida cinco anos depois, em 07/09/1822.
Fonte de informação:http://portalculturaemfoco.blogspot.com.br/2011/07/prefeitura-municipal-da-ilha-de.html
Tenho a satisfação de morar na ilha de Itamaracá, terra onde o grande herói da revolução republicana se refugiou. Conheço bem sua história...
ResponderExcluirA casa onde ele morava se encontra em ruínas assim como outros pontos importantes da história de Pernambuco localizados na ilha de Itamaracá.
Aproveitando a oportunidade venho fazer um apelo a todos que se interessa em preservar a história e seu monumentos. Meu desejo é de ver restaurado todo esse patrimônio histórico e cultural que aqui se encontra.
Tenho algumas idéias, mas sozinho infelizmente não posso colocá-las em prática.
INTERESSADOS me enviem um email e juntos vamos preservar nosso patrimônio histórico
adilzarlyg3@hotmail.com